Uma Breve Análise de Belo Monte
USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
CONTEXTUALIZAÇÃO
A Usina hidrelétrica de Belo Monte é o empreendimento de maior visibilidade do Governo Federal e também o que apresenta as maiores polemicas em torno da sua construção.
Os estudos para implantação de usinas hidrelétricas nesta região amazônica iniciaram-se a cerca de 40 anos, em meados da década de 1970, chegando a prever a construção de 5 usinas no rio Xingú e uma no rio Iriri. Após os levantamentos iniciais, em 1980 a Eletronorte iniciou os estudos de viabilidade econômica do "Complexo Hidrelétrico de Altamira", então formado pelas usinas Babaquara e Kararaô.
No entanto, o projeto ficou engavetado quase 20 anos, do inicio dos anos 1980 até o fim dos anos 1990, devido à reação dos ambientalistas e povos indígenas quanto aos impactos que o projeto original traria, e principalmente, devido à longa crise financeira em que o país esteve imerso no período, que dificultava investimentos do porte dessa obra. Nesse período, visando reduzir esses impactos ambientais e à comunidade, foram realizadas alterações significativas no projeto, que acabou reduzido a uma única usina Kararaô, já rebatizada como belo Monte (1989) e sofreu uma redução significativa de sua área alagada, que passou dos 1225 km2 iniciais para 400km2 (1994), evitando já naquele momento, a inundação da Área Indígena Paquiçamba.
A crise energética de 2001-2002 trouxe à tona novamente o projeto Belo Monte, cuja construção passou a integrar um pacote de usinas hidrelétricas que seriam necessárias para recompor o déficit de produção de energia do país. Por sua complexidade, seria necessário a elaboração de um EIA – Estudo de Impactos Ambientais bastante aprofundado, que não puderam avançar entre 2001 e 2007, devido às várias paralisações ocasionadas por força de decisões judiciais, decisões do congresso nacional e pelas diversas manifestações de ambientalistas e povos indígenas contrários ao projeto. Enfim, em 2007, o TRF autoriza a