Religiões Africanas e Afro-Brasileiras
De acordo com MORAES et al. em HISTÓRIA DAS RELIGIÕES (2005, p. 64), a religiosidade “provocou disputas e guerras entre as diversas tribos, uniu e dispersou seus membros e manteve um vínculo estreito com o poder político”. É fácil perceber, portanto, que a religião sempre se fez eixo das comunidades africanas, estando atrelada ao âmbito político, onde os sacerdotes ocupavam lugares importantes, tornando-se reis ou dividindo o poder com os monarcas, ditando assim, leis, regras morais e costumes.
Contudo, com a colonização européia ocorrida efetivamente a partir do século XIX (apesar do início do tráfico negreiro no séc. XVI), a estrutura social da África Negra desagregou-se devido às influências estrangeiras (portugueses, holandeses, ingleses, franceses): “as mudanças no hábito da população e a introdução mercantil, além da substituição da tradição oral pelo conhecimento escrito, deram início à desintegração da cultura tradicional dos povos africanos e à dissolução de muitos sistemas religiosos” (p.65).
Atualmente, a religiosidade da África negra é, então, profundamente marcada pela influência dos exploradores. O islamismo é a religião predominante e o cristianismo também é majoritário. Todavia, algumas crenças sobrevivem, sendo praticadas por diversos povos africanos. Desde a década de 1970, “houve um renascimento das religiões africanas tradicionais, praticadas hoje por cerca de 100 milhões de pessoas, especialmente por grupos étnicos da região subsaariana” (p. 65). Há ainda grupos minoritários que seguem o hinduísmo, o judaísmo, o confucionismo e o taoísmo.
O fator colonização somado à uma vulnerabilidade “devido a uma sucessão de lutas entre as diversas tribos, os negros africanos tornaram-se presas fáceis dos exploradores do tráfego transoceânico de escravos” (p. 66). Sua mão-de-obra era disputada entre europeus por sua importância para o aproveitamento das riquezas naturais e para o cultivo de terras na América. Inicialmente, “os