uma aldeia no vale do cavado
Foi aqui em Areias de Vilar que eu nasci e as memorias dos Verões da minha infância aqui passados continuam bem vivas. São recordações de um local rural onde as casas se misturam com a encosta verde e vão descendo até ao rio. Sempre que volto a este lugar reparo que algo esta mudado ou a mudar e embora esta aldeia esteja diferente daquela que conheci há anos atrás, para mim continua igual…vai ser sempre a minha casa e por isso vou sempre reconhece-la para lá das diferenças.
As alterações mais significativas na estrutura social e espacial desta aldeia começaram antes de eu nascer e muitas coisas já eram como actualmente quando eu nasci por isso decidi entrevistar dois familiares meus e o presidente da junta de freguesia de Areias de Vilar que assistiram mais de perto as alterações sociais e espaciais. Areias de Vilar é uma aldeia muito antiga e a sua história esta completamente ligada ao mosteiro de Vilar de Frades cuja existência remonta a 1070, ano em que começou a ser reconstruído das ruinas de um convento destruído nas invasões muçulmanas e que remonta a 566. Este mosteiro teve relevante importância no séc. XVIII quando detinha um largo poder temporal e económico sobre 126 freguesias o que ditou a fixação de várias aldeias ao redor deste local. Os terrenos deste vale são muito férteis devido á proximidade do rio Cavado, trata-se assim de uma zona fortemente ligada á agricultura.
Na agricultura rural desta aldeia predominou sempre a plantação de milho que era moído (para fazer pão) no moinho da aldeia, que se situa na margem do rio e funciona através da força motriz da água acumulada na azenha que também era conduzida para o convento e seus respectivos terrenos agrícolas. Durante a década de 70 o milho passou a ser utilizado para produzir forragem para os animais pois por esta altura começava a surgir uma indústria agro-pecuária, chegaram a existir 12 produtores de leite e 2 pontos de recolha, neste momento só dois é que