Um tributo ao governo

UM TRIBUTO AO GOVERNO

Já dizia Benjamim Franklin que “nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”. Ao pronunciar esta frase será que Franklin já previa como seria a carga tributária brasileira, no ano de 2012? De acordo com o que vimos até agora se pode crer que sim, ele falava dos impostos no Brasil.
Foi notícia recente, em meados de junho, que o Brasil alcançou uma marca inédita para todos, mas que não merece comemorações nem pompas: o brasileiro trabalhou até dia 29 de maio de 2012 somente para pagar os impostos, taxas e contribuições, cobradas pelos governos municipais, estaduais e federais. No decorrer do ano todo, 40,98% do rendimento bruto do trabalhador ficará em tributos.
Ou seja, desde 1º de janeiro, se passaram 150 dias, e o rendimento que o brasileiro adquiriu neste período é relativo ao que lhe foi cobrado direta ou indiretamente, sobre produtos e serviços. Coube ao IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) fazer os cálculos e chegar a esta conclusão. A partir do dia 30 de maio o trabalhador começa a trabalhar para si próprio. Já estava na hora, afinal os rendimentos de um semestre já foram engolidos.
O valor que o brasileiro paga em impostos vem crescendo nos últimos anos em escala acelerada. Para se ter noção do tamanho da escalada tributária, na década de 70 esta proporção era de 76 dias trabalhados para arcar com os tributos. Em 2011 este número chegou a 149 dias. Em 2012, um novo e triste recorde: o salário ganho em 150 dias trabalhados não entrará no lar do cidadão, mas tem outro destino - os cofres públicos. Oxalá que estas contribuições fossem efetivamente devolvidas ao brasileiro em forma de recursos, qualidade de vida, melhorias nas áreas da saúde, educação e segurança publica, além de incentivos ao trabalhador.
Comparado com países da América Latina, junto com o Caribe, o Brasil é o Estado que possui a maior carga tributária. No ano de 2009 o Brasil alcançou a marca de 32,6%, comparado com os demais