Um Soldado da Borracha

GENEALOGIA DE KEILA SIMONE DOS ANJOS

Meu bisavô José, Marques Gomes, um homem alto, magro, branco, olhos azuis, descendente de Manoel Marques Gomes e Maria Gomes chegou ao Pará, vindo de Aracajú/Sergipe no ano de 1919 aos 18 anos de idade, fixou-se na cidade de Jari, distrito do município de Almeirim. Nunca mais voltou para casa, de onde seus familiares não mais tiveram notícias dele.
Veio recrutado como soldado da borracha como tantos outros jovens que vieram em busca das promessas de melhorias de vida. O boato que a população ouvia é que no Pará se ganhava muito dinheiro e ele, juntamente com muitos rapazes solteiros e senhores casados vieram em busca das promessas que se divulgavam lá. No Pará, encararam com uma realidade diferente daquela prometida e enfrentou uma vida muito difícil e não conseguiu dinheiro para voltar.
Quando se casou com Cassiana Hipólita Fonseca, filha de um soldado brasileiro que lutou na guerra do Paraguai e de uma mulher Paraguaia, ele tinha 19 anos e ela 20. Tiveram 4 filhos. Quando se casou, teve 3 filhos homens e uma mulher: Teotonio, Lourival, Benedito e Rosa, sendo esta a minha avó. Cassiana já tinha 4 filhos do primeiro casamento quando se casou com José Marques: Valdemar, Manoel, Maria e Pedro.
A filha caçula, hoje com 86 anos de idade conta que seu pai dizia que ele só veio para o Pará porque um homem daqui chegou lá dizendo que nesse estado o pessoal ganhava dinheiro como folha, juntando o látex das seringueiras para fazer borracha.
Quando chegou, foi logo passando para a mata cortar seringa para juntar o leite e fazer os bolões. Os patrões lhes abastecia com um rancho para irem ao trabalho e, quando voltavam, com as embarcações cheias de rolos grandes de borracha, vendiam o produto para o patrão, recebiam outro rancho e voltavam para a mata.
O transporte frequente na região, usado pelos soldados da borracha que exploravam o látex nas matas próximas ao rio Jari eram embarcações que eles conduziam com vara e às vezes com