Um olhar sistemico
Todos os dias aparecem novos problemas. A questão é que tentamos resolvê-los com antigas ferramentas. E isso vem fazendo uma grande diferença. Na verdade, teremos que jogar fora quase tudo que aprendemos na escola. Só assim poderemos assimilar o novo. Quase tudo que aprendemos sobre como as coisas são foi concebido nos últimos 300 anos, tendo origem nos séculos XVI e XVII, com os filósofos Descartes, Bacon, Copérnico, Galileu e Newton. Vamos falar sobre Descartes. Ele achava que as pessoas poderiam chegar ao conhecimento da natureza (e por conseqüência, do Divino) por meio do processo de conhecer. Idéia que aliás não agradou nem um pouco a Igreja. Descartes tinha em mente que o mundo era uma espécie de grande máquina. Ele acreditava que se empregasse um método sistemático, poderia “desmontar a máquina”, conhecê-la e assim chegar ao pensamento do Grande Engenheiro, o Divino. Vale lembrar que Descartes religioso. A partir das concepções filosóficas de Descartes e Bacon, mais as leis de Newton, a visão do mundo passou a ser mecanicista. Essa nova visão do mundo fazia sentido naquele contexto, pois implicava um tipo de investigação que envolvia a descrição matemática da natureza e o método analítico de raciocínio. Como colocou Galileu, tudo existia para ser medido como forma, quantidade e movimento.
Então, ainda no século passado, surgiu Einstein e a sua turma, com a relatividade e a física quântica. Neste momento então nosso mundo foi posto de cabeça para baixo. O pensamento analítico já não é capaz de explicar novos fenômenos, como a natureza da luz, as partículas atômicas e subatômicas. O pensamento mecanicista, analítico, cartesiano ou linear, não conseguem mais explicar fenômenos complexos que são influenciados por contextos e relações ambientais. A física