Um olhar semiótico sobre a Praça dos Três Poderes em Brasília
Cristina F. B. Morato4.
RESUMO
A semiótica é fundamental para interação, comunicação e interpretação. Através dela, pode-se estudar o processo de significação das palavras, códigos, objetos, monumentos. A semiótica de Peirce é a racionalização do próprio pensamento, dividindo-se em primeiridade, secundidade e terceiridade e também em ícone, índice e símbolo. A concepção arquitetônica pode possuir inúmeras significações, dependendo da interpretação pessoal do observador e do conhecimento da ideia e conceito do próprio idealizador do projeto, podendo interferir na percepção de cada um. Desta forma este artigo apresenta uma análise embasada na semiótica peirceana da Praça dos Três Poderes, em Brasília, fazendo uma leitura visual da capital federal, identificando-a com os níveis de primeiridade, secundidade e terceiridade. Palavra-chave: Semiótica Peirciana; Praça dos Três Poderes, Brasília.
1. INTRODUÇÃO
Composta por órgãos federais representantes dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, a Praça dos Três Poderes foi projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.
Quando o Presidente Juscelino Kubitschek consolidou a sua decisão de criar uma nova Capital, Niemeyer foi seu assessor na elaboração do concurso para o projeto do Plano Piloto. (Cavalcanti e El-Dahdah, 2007)
Quando se observa obras arquitetônicas, comenta-se sobre o seu resultado estético, sua funcionalidade e sobre sua possível relação com o entorno. Embora seja importante frisar que qualquer projeto possui um partido arquitetônico (que seria a estratégia ou o conceito do projeto) este que nem sempre é explicito, mas um fator importantíssimo para a significação da obra.
Este artigo tem como objeto analisar os edifícios da Praça dos Três Poderes
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Estudante do terceiro ano no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Sagrado