Um discurso acerca do Classicismo
Fernanda Acosta Funchal¹
O classicismo espalhou-se rapidamente pela Europa, com a criação da imprensa as informações eram divulgadas com maior rapidez. O classicismo ocorreu dentro de um grandioso momento histórico social, o Renascimento. É uma literatura antiga que sofreu várias influências principalmente greco-latinas, devido à criação das primeiras universidades que surgiram nesta época, com isto disseminando outras culturas.
O Classicismo em Portugal durou três séculos de atividades literárias: iniciado em 1527 e encerrado em 1825, quando da publicação do poema Camões, de Almeida Garrett. Esse longo tempo pode ser dividido em três períodos: o primeiro, encerrado em 1580, quando a literatura do país recebeu influências da Itália e da França; o período Cultista, até 1756, data da fundação da Arcádia Lusitana, influenciado por Petrarca e com influência de Gôngora e Quevedo, na Espanha, e Marini, na Itália; e o último período, encerrado com o advento do Romantismo no país.
No Brasil Colônia, o Classicismo português do período cultista também influenciou a literatura, como por exemplo, na obra Prosopopéia de Bento Teixeira, que imitava os versos de Camões, até meados do século XVIII, quando surgiria uma literatura nacional ou brasileira. Ainda que, já no fim da Idade Média, os autores da Antiguidade Clássica fossem conhecidos em Portugal, só se pode falar na existência de um estilo renascentista expresso a partir de 1527 quando Sá de Miranda regressa da Itália com o dolce stil nuovo - e inicia a divulgação, em Portugal, das modalidades poéticas clássicas. Esse conjunto de procedimentos artísticos, em território luso, denominou-se medida nova.
A medida nova, além da utilização de versos decassílabos, que substituíram as redondilhas (medida velha), consistia na adoção de várias formas fixas, assimiladas dos modelos gregos, latinos e dos modelos italianos, mais recentes. Contudo, apesar da aceitação das novas formas