Um dia de fúria
Sinopse
Para quem assistiu e se lembra desse título ele se refere a um filme dos anos noventa, com Michael Douglas no papel de um indivíduo extremamente estressado, que havia perdido a família, o emprego, os amigos, a auto-estima e qualquer crença de que a vida ainda lhe podia trazer algum tipo de alegria. Então ele fica preso num congestionamento, com um monte de gente xingando, reclamando, buzinando, e de repente ele resolve que não agüenta mais tudo isso. Então larga o carro e resolve ir a pé para casa. No caminho vai encontrando gente tão ou mais estressada que ele, e aí ele pira. Conflitos raciais e pessoas excluídas da sociedade cruzam seu caminho. Marginais e drogados cobram dele suas partes pela exclusão e infelicidade. E ele se dá conta que não é diferente de nenhum deles. Daí, de repente ele também está arrebentando cabeças, quebrando vitrines, batendo nas pessoas e se tornando, ele mesmo um perigo para a sociedade.
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Quem nunca teve motivos para um dia de fúria? Eu experimentei os meus alguns dias atrás. Vinha vindo de São Paulo, saindo de uma reunião que tive ali pelos lados da Avenida Paulista. Levei exatamente uma hora e meia para conseguir chegar até á Marginal do Tietê.
Eu moro em Mogi das Cruzes. Com um trânsito normal eu demoraria esse tempo para fazer o trajeto da Avenida Paulista até Mogi, mas em dias como esse, fazer essa viagem em três horas já é uma boa pedida.
O problema é que começou a chover forte enquanto eu estava ainda na Paulista. Quando cheguei na Marginal, o rio Tietê já havia transbordado. Todas as pistas da Marginal estavam alagadas. Consegui avançar até a Ponte das Bandeiras. Era umas dez horas da noite quando cheguei lá e registrei onze horas da noite quando olhei para o relógio pela ultima vez. Tudo travado. Ninguém passava. Os corajosos que tentavam enfrentar a enchente ficavam no meio do caminho. Não dava para ir para frente nem para traz. Nem para os lados.
Eu já estava conformado em ter