Um dia de Fúria

Ao ter imaginação sociológica (neologismo de C. Wright Mills) a análise e a percepção sobre alguma coisa, ou algo que esteja acontecendo, ocorre de uma forma mais ampla e sistemática. Assim usando este conceito pode-se fazer uma análise bem mais profunda a respeito do filme “Um dia de Fúria” (1993) e também sobre um acontecimento, ou evento, que “tomou” conta de São Paulo nos últimos meses, o Rolêzinho. Em um ambiente pós guerra fria Bill Foster, protagonista de “Um dia de Fúria”, é mais um americano da indústria bélica que fica desempregado, que ao longo do dia sofre com o fato de não viver com seu antigo modo de vida. Tal modo que poderia muito bem ser considerado como o tipo ideal (termo usado por Max Weber para designar aquilo que é típico, resultado da história que o indivíduo vive) americano, pai, marido, trabalhando para sustentar sua família. Segundo Raymond Aron, em seu livro, “As etapas do Pensamento Sociológico” (1967), para Weber as ações são classificadas em relação a sua racionalização, ao ver o filme pode-se analisar que as ações de Bill são ações racionais em relação a um objetivo, que seria de ir para casa ver sua filha e ex-esposa. Mas ao longo do filme suas atitudes violentas encaminham para as suas ações mudarem para uma afetiva(emocional). Indo mais além pode-se observar como a sociedade americana já está acostumada com guerra, violência, na parte em que um garoto ensina Bill a como manusear uma bazuca e falando que aprendeu na televisão, virou algo típico na televisão e na vida dos americanos, uma questão pública.
Deixando um pouco de lado o filme, o tão comentado rolezinho também pode ter uma análise mais sociológica, mais profunda. O shopping pode ser considerado a maior representação da atual sociedade, a sociedade de consumo. Ele é feito para as pessoas comprarem. Mas quando adolescentes da classe C decidem dar um “role” no shopping “conflitos” surgem, isso porque o tipo ideal de um shopping não são adolescentes da classe C, são pessoas