Um conceito de ser humano - karl marx
Apesar de não formular um conceito de ser humano, Marx nos mostra um, analisando a relação entre homem e natureza. Relação esta que está ligada ao trabalho. Uma vez que só há Capital se houver a venda da força de trabalho, é interessante iniciar por este conceito. Primeiro porque é aqui que está a essência do Capital, e a meu ver, no modo como o ser humano vende sua força de trabalho. Segundo Marx: A natureza não produz de um lado possuidora de dinheiro ou de mercadorias e, do outro, meros possuidores das próprias forças de trabalho. Esta relação não tem sua origem na natureza, nem é mesmo uma relação social que fosse comum a todos os períodos históricos. Ela é, evidentemente, o resultado de um desenvolvimento histórico anterior, o produto de muitas revoluções econômicas, do desaparecimento de toda uma série de antigas formações da produção social. Assim sendo, o modo como o homem vende sua força de trabalho é histórico. Depois de ter trabalhado hoje, é mister que o proprietário da força de trabalho possa repetir amanhã a mesma atividade, sob as mesmas condições de força e saúde. A soma dos meios de subsistência deve ser, portanto, suficiente para mantê-lo no nível de vida normal do trabalhador. As próprias necessidades naturais de alimentação, roupa, aquecimento, habitação etc. variam de acordo com as condições climáticas e de outra natureza de cada país. Demais, a extensão das chamadas necessidades imprescindíveis e o modo de satisfazê-las são produtos históricos e dependem, por isso, de diversos fatores, em grande parte do grau de civilização de um país e, particularmente, da condição em que se formou a classe dos trabalhadores livres, com seus hábitos e exigências peculiares. (Estas duas citações nos mostram que o detentor da força de trabalho – todo ser). Humano – precisa de certa subsistência para conseguir desenvolvê-la. Subsistência esta que é constituída das necessidades básicas, que são