Um balanço do colapso da urss
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Tradução do inglês (cotejado com a versão em castelhano) e edição por CN, 18.04.2012
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Balanço do colapso da União Soviética
Sobre as causas de uma traição e as tarefas futuras dos comunistas1
Ludo Martens
2 de Abril de 1992
Na União Soviética, o primeiro Estado socialista do mundo, o país natal de Lénine e de
Stáline, onde, após esforços heróicos e sacrifícios imensos, os trabalhadores criaram uma nova sociedade sem classes exploradoras, neste país, caro aos revolucionários do mundo inteiro, o capitalismo foi agora restaurado.
É dever de todos os revolucionários do mundo inteiro reflectir sobre as causas desta tragédia e fazer uma análise meticulosa dos factos em causa.
Obviamente, os capitalistas dos cinco continentes aproveitaram este acontecimento inesperado para propagar milhões de vezes a mensagem de que «o socialismo não funciona e o capitalismo cria prosperidade». E em todos os países, os oportunistas desertaram para o lado da democracia imperialista, fechando os olhos ao facto de o capitalismo, que «funciona tão bem», assentar em milhões de cadáveres, vítimas da opressão e da exploração do Terceiro Mundo.
Porém, ecoava ainda o clamor da vitória histórica do capitalismo, tivemos de concluir que o restabelecimento do capitalismo na Europa Oriental e na União Soviética havia agravado todas as contradições fundamentais no mundo, e que nos aguardavam grandes convulsões e agitações. Longe de testemunharmos o fim da história, como havia declarado um membro do governo norte-americano, ou assistirmos ao fim da luta de classes, estávamos no início de uma nova fase da luta global dos oprimidos contra um sistema imperialista mundial que se tornara incompatível com a simples sobrevivência de centenas de milhões de seres humanos. Efectivamente, a revolução socialista transformara-se numa questão de sobrevivência para a vasta maioria da população