Uema
Eline Mesquita Almeida A primeira grande questão filosófica a ser posta em discussão trata-se da própria definição de filosofia onde a questão da identidade da filosofia requer escolhas e delimitações essenciais. Como forma de conhecimento é capaz de investigar a realidade a partir das causas fundamentais e primeiras, por critérios metodológicos e delimitados de maneira radical, rigorosa e de conjunto. Nesse sentido a filosofia ao longo dos tempos expressa-se em sua própria história, pois suas idéias, sistematizações, métodos surgiram em decorrência de certas condições sociais, políticas e culturais. A experiência cultural e política do povo grego fora responsável pelo grande impulso na construção do conhecimento filosófico. Toda essa mudança deu-se do contraste com a mitologia em oposição a essa forma de explicar a realidade, uma vez que a filosofia emergiu investigando o princípio de tudo. Aristóteles na metafísica afirma que foi pela admiração que os homens deram início ao processo do filosofar e à medida que filosofavam para fugir à ignorância buscavam a ciência como saber. A especulação filosófica muda com o esplendor político da cidade de Atenas (século IV e III a. C.), passando a investigar o homem, suas dimensões, sua natureza. Agora a investigação está voltada para a realidade da pólis na problematização da natureza política, ética e estética do homem, assim como sua vida em sociedade e a filosofia assume uma nova postura ideológica e social. A filosofia tem como função explicar racionalmente a forma como o homem age e se determina no mundo. A constituição da pólis ateniense no século IV a. C. crescera demasiadamente em números de habitantes para as condições materiais daquela época, tornara-se um burilar de idéias, debates e argumentações, atravessando momentos de grande esplendor. Neste século deu-se a consolidação da democracia, a forma de governo de homens livres, o que