ucrania
04/02 19:04 CET|
A Praça da Independência em Kiev parece cada vez mais um campo de batalha da I Guerra Mundial. No meio da desolação, manifestantes e polícias trocam olhares durante esta trégua frágil. Desde que a manifestação do dia 19 de janeiro terminou em violência, os radicais instalaram-se.
Entre os radicais, destaca-se o Pravy Sektor, que se pode traduzir como “Setor Direito” ou “Setor da Direita”. É uma união de grupos ultranacionalistas, antirrussos e também antieuropeus, mesmo se a aproximação à Europa foi o mote inicial dos protestos: “O Império Russo é a maior e mais importante ameaça à Ucrânia. Consideramos a União Europeia uma formação imperial, que nega as nações e que descristianiza os europeus através do liberalismo”, diz Andriy Tarasenko, do Setor Direito.
Segunda-feira, os líderes do Setor Direito explicaram que mantêm a trégua se a polícia libertar todos os detidos antes do dia 7 de fevereiro: “No dia 7 de fevereiro começam os Jogos Olímpicos de Inverno, vão ser todos libertados e os nossos pedidos vão ser satisfeitos. Espero que haja uma vitória, porque ninguém quer morrer por Yanukovich. As forças de segurança já provaram que podem matar por ele, mas não querem morrer por ele”, diz Ihor Mazur, do mesmo movimento.
Não muito longe daqui, estão os apoiantes do presidente Yanukovich, que também acamparam. Vêm das regiões do leste e da Crimeia e fazem parte dos 45% de ucranianos que estão contra o movimento pró-europeu.
O Partido das Regiões, de Yanukovich, diz que os radicais fizeram a população refém: “Da oposição nasceu o movimento Maidan, do movimento Maidan nasceram os comportamentos extremos, os extremistas e os radicais. As pessoas pacíficas, os cidadãos de Kiev que apoiam as ideias da União Europeia afastaram-se. Defendemos uma resolução pacífica dos conflitos, queremos prová-lo com o nosso comportamento e com as nossas ações. Não temos capacetes nem coletes à prova de bala, as nossas mãos estão