Tû-tû x Se A é, B deve ser
Para Alf Ross, a palavra inserida entre fatos condicionantes e as conseqüências condicionadas, é na realidade uma palavra sem refência semântica, que serve apenas como ferramenta de apresentação do valor. É o que ocorre na tribo dos Aisat – Naf, onde os enunciados que incluem a palavra tû-tû se afigura capaz de preencher as duas principais funções de toda a linguagem: prescrever e descrever (expressar ordens ou regras e fazer afirmações sobre fatos) pois os enunciados nos quais aparece são providos em conformidade com os costumes lingüísticos predominantes, por estados de coisas perfeitamente definidos. O que vem a explicar por que os enunciados que incluem a palavra tu-tû possuem referencia semântica, ainda que a palavra careça sentido.
Norberto Bobbio vale-se de alguns desses conceitos para resolver antinomias, conflitos existentes entre normas de um mesmo ordenamento. Ele apresenta os conceitos de contrario e contraditório, através de uma esquematização gráfica em que são postos em lados contrários o caráter afirmativo x negativo, e o universal x particular de uma frase estruturada sobre a lógica condicional, se A é – condição, então B deve ser – conseqüência. Assim temos: Se A é - possível, então B deve ser – impossível, um exemplo de contrário, enquanto na frase de contraditório Se A é – possível, então B deve – é não possível, ou desnecessário, um caso de contrariedade.
Essa abordagem nos conduz aos princípios da variabilidade que garantem flexibilidade ao ordenamento e configuram por meio do contraditório e do contrario, caso em que deve ocorrer a despenalização como exceção ou a