técnico
O objectivo deste estudo foi avaliar os indicadores de saúde mental dos bombeiros e os fatores que a influenciam, destacando as diferenças entre as mulheres e os homens. Trata-se de um estudo exploratório que articulou métodos quantitativos e qualitativos. Na primeira etapa, avaliou-se através de instrumentos psicológicos a saúde mental geral, depressão, stresse, ansiedade, desespero, ideias suicida e consumo de álcool. Participaram dessa fase 303 bombeiros, sendo 277 homens e 26 mulheres. Na segunda etapa, as entrevistas foram avaliadas através da análise de conteúdo, feitas com 37 bombeiros, entre os quais 18 eram homens e 19 mulheres. Os indicativos de depressão, stresse, comprometimentos em saúde mental geral prevaleceram para a amostra feminina. Os discursos de homens e de mulheres se organizaram diferentemente, tanto nas queixas sobre o trabalho e a vida pessoal e social, como nas consequências percebidas para a vida e a saúde. Conclui-se que as influências de aspetos do trabalho, do indivíduo e de sua vida social provavelmente contribuem para a saúde mental de bombeiros, de forma não hierárquica e complexa. Da mesma maneira, cada um desses fatores pode influenciar um ao outro dinamicamente.
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Nas sociedades contemporâneas ainda existem diferenças acentuadas entre os gêneros, conforme mostraram os resultados de um acompanhamento das tendências de empregos das mulheres nesta última década, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (2008). As mulheres estão mais ligadas a setores menos produtivos da economia, recebem piores salários e têm menos acesso a trabalhos dignos que lhes possibilitem expressão e assegurem direitos sociais de proteção ao trabalhador.
A presença de homens no meio militar foi historicamente predominante. O trabalho militar caracteriza-se, dentre outros fatores, por hierarquias bem