Técnicas histológicas Na prática do dia a dia, a realidade pode não ser feita de situações tão dramáticas, mas a contribuição dos técnicos é fundamental para a definição de diversos diagnósticos, particularmente os mais difíceis. A questão é que, muitas vezes, a formação ou a atualização de profissionais para o setor carece de cursos específicos. Lacuna que as equipes do Laboratório de Patologia e do Serviço de Produção e Tratamento de Imagem, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) pretendem contribuir para reduzir com o DVD que acabaram de produzir, com recursos do edital de Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas Públicas Sediadas no Rio de Janeiro. Os exemplos da importância da histologia são muitos. Para fechar o diagnóstico de um tumor, como o de mama, por exemplo, nem sempre a avaliação clínica e os exames de imagem são suficientes. É quando entram em cena os histotecnologistas e os patologistas, que, a partir da análise de um fragmento do tecido tumoral poderão avaliar suas células e dar a palavra final. "Tanto pode se tratar de um carcinoma ductal infiltrante, um dos subtipos de carcinoma de mama mais frequente (cerca de 80% dos casos) e habitualmente mais fácil de tratar, quanto um carcinoma inflamatório, que, de um modo geral, é mais grave. Ao analisar o tipo de célula, especifica-se o tumor e torna-se possível definir o tratamento mais adequado", esclarece Marcelo Pelajo Machado, chefe do Laboratório de Patologia e coordenador do projeto projeto Kit Didático de Biologia Celular e Histologia para Espaços Formais e Não-Formais de Ensino: Mediação na Popularização Científica. Da mesma forma, em situações de poucos recursos à disposição, a histologia pode ajudar em um diagnóstico. Foi o que aconteceu em Araguatins, no estado de Tocantins, em 2006, quando se reuniu uma força-tarefa multidisciplinar para identificar uma estranha doença que andava atacando os olhos dos habitantes de uma localidade do interior.