Técnicas Extendidas na Música Contemporânea para Violão Solo: Necessidades de um Método para Intérpretes e Compositores.
Necessidades de um Método para Intérpretes e Compositores.
Claudinei J. S. Filho
Caracterizar o termo “música contemporânea” é uma tarefa complexa, pois se trata de uma linguagem musical em um contexto cultural e em um período da história no qual os valores estéticos, dentre outros, se transformam permanentemente (MOTTA, 1993 apud CUERVO, 2009, p. 2). A Música Contemporânea é possuidora de um conjunto de elementos formais relacionados a uma estética composicional e interpretativa próprias, marcada por inovações formais na
organização do material sonoro e no discurso
musical, em comparação às correntes musicais anteriores ao século XX (CUERVO,
2009, p.2).
No início do século XX, compositores como Edgar Varèse, Henry
Cowell, John Cage, Iannis Xenakis, Karlheinz Stockhausen, Krzysztof Penderecki,
Luigi Nono, entre outros, começaram a considerar a importância do timbre e procurar formas de produzir novas cores sonoras com instrumentos tradicionais, reduzindo assim, consideravelmente, a centralização de alguns elementos convencionais de música, como melodia e harmonia. (ISHII, 2005; PRADA, 2010 apud SOUZA, 2013, p.
18).
Portanto, durante parte do século XX surgiu (e se mantém) um tímido movimento em relação à expansão e ao desenvolvimento da fisicalidade do instrumento, tanto no lado da luteria quanto no da composição, explorando uma considerável quantidade de novas possibilidades na utilização de instrumentos tradicionais: os novos
harmônicos, os multifônicos, uma maior utilização do vibrato com a língua, nos instrumentos de sopro; nos instrumentos de cordas, o uso de partes do corpo do instrumento para sons percussivos, diversos tipos de trêmolo, glissando; além de sons falados e murmurados como palavras, sílabas, letras, gritos, gemidos, nas peças vocais, e, por vezes, em peças instrumentais. (GROUT; PALISCA, 1994, p. 744). Desta forma, compositores de diferentes