Técnicas de Terapia em Grupo
Thamara Alves
“A Última Ceia” à luz da Teoria de Pichón-Rivière.
O presente ensaio tem como objetivo apresentar a teoria de Pichon-Rivière acerca dos grupos operativos à luz da análise em seu contexto histórico da obra artística de Leonardo da Vinci “A Última Ceia”. Esta obra é uma representação simbólica que facilitará abordar os papéis dos principais personagens no seu respectivo contexto e sua importância para a constituição grupal como um todo. Assim, será feita uma breve análise de uma das mais citadas e conhecidas constituições grupais já registradas. Vale ressaltar também que questões de âmbito puramente religioso não serão abordadas de forma direta devido à sua vastidão e complexidade.
Quem é Enrique Pichon-Rivière? Antes de dar início às contribuições do teórico em questão para a psicologia como um todo, faz-se necessário trazer um pouco de sua própria história a fim de compreender melhor o contexto no qual se criou e as razões que o levaram a abordar a sua teoria da forma que o faz.
Enrique Pichon Rivière era suíço, médico, nascido em Genebra no ano de 1910. Aos três anos de idade sua família se muda para Argentina, momento histórico que coincidiu com a época em que o governo argentino estimulava a imigração europeia para o país através de diversas facilidades. Sua família é fruto da burguesia francesa, extremamente culta, racional e, seus pais, eram progressistas com ideias fundamentadas no socialismo e, grandes admiradores de obras e poetas que, na sua época, eram extremamente criticados. No entanto residiam em um contexto social diferente do qual estavam habituados, ou seja, vivenciavam a pura cultura crioula latino-americana (Adamson, 2000). Essa mudança descrita acima que demonstra uma alteração de contexto cultural e social, atrelados à influência familiar que o médico possuía, somam aspectos que contribuíram de forma direta para Pichon-Rivière se constituísse como um teórico social crítico. Em diversas