Tácito e os povos germânicos: Um Ensaio
Professor(a): Rogério Rosa
Acadêmica: Isadora Muniz Vieira
Ensaio: Tácito e os povos germânicos.
Há poucas fontes produzidas na Antiguidade sobre os povos germânicos que se tem conhecimento, o que faz a obra Germania de Caio Cornélio Tácito tão importante, não somente pelo fato de ser uma das poucas, mas pela maneira que ela foi produzida e quando. A riqueza de informações e detalhes fazem do relato praticamente uma narrativa etnográfica. Através de Tácito é possível ter noção da complexidade do povo abordado e das diferenças existentes entre romanos e germanos no período. Escrita no século I d.C., Germania é uma fonte história do período de transição da república romana para o principado, contexto deveras conturbado. Outros autores, como Tito Lívio e Salústio abordaram a corrupção e desmoralização política do período. Período em que o Império Romano termina sua expansão e inicia suas tentativas de manter seus territórios. Muito embora a obra não tenha prefácio – o que era bastante incomum nas narrativas da época –, é possível perceber as intenções de Tácito sem que ele nos diga de antemão: a necessidade de saber mais sobre os povos vizinhos para que a preservação do território seja efetivada e conhecer seus costumes para que sirvam de exemplo moral. Claro, isso só é possível de ser entendido quando contextualizamos a obra, o que farei mais adiante.
Sendo assim, a obra foi e ainda é usada como fonte e objeto de estudo de muitos pesquisadores.
Tácito tinha seus próprios limites óbvios. No interior desses limites não podemos duvidar que ele percebera algo essencial: a desmoralização que acompanha o despotismo.(...) A transição da República romana para o principado é ainda hoje uma questão de relevância imediata. Isso jamais teria acontecido se não tivéssemos Tácito. Ele é nosso mestre no estudo do despotismo. Seus métodos podem ser aplicados, e foram aplicados, a outros períodos.(MOMIGLIANO. Pg 185)
Existiram dois