Turismo de Base Comunitaria
Teresa Cristina de Miranda Mendonça (tecaturismo@yahoo.com.br) *
Marta de Azevedo Irving (mirving@mandic.com.br) **
Introdução
A avaliação do fenômeno turístico, na busca da construção de sociedades mais justas e participativas e por meio do fomento de atividades econômicas que promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável, fez com que este trabalho tenha como foco principal um ator fundamental no processo de desenvolvimento turístico: a comunidade receptora do destino turístico.
Por esta razão, o presente trabalho parte do olhar da comunidade, inserida na designação de "nativo mudo" por Kripendorf (1989), ou aquele que é pouco ouvido, negligenciado, excluído da tomada de decisões dos projetos turísticos.
Tendo como ponto de partida o "nativo mudo", a análise, realizada sobre o fenômeno turístico no mundo contemporâneo, leva a algumas considerações não muito "confortáveis" sobre o papel e a atuação desse segmento econômico. O turismo, referido por muitos autores como uma "indústria", é um fenômeno que tem seu crescimento coordenado e orientado pelo mercado e pelos interesses dos grandes capitais nacionais e internacionais, sem considerar, de maneira apropriada, os demais atores envolvidos no processo (BARRETO, 2000).
A realidade contemporânea, no entanto, mostra que o modelo de desenvolvimento econômico vigente não pode mais ser mantido, pois as diversas estratégias econômicas em curso estão associadas a um sistema político-operacional que rapidamente destrói dois processos importantes para a vida humana: o processo de manutenção de recursos naturais e o desenvolvimento das comunidades locais. Em todo o mundo há inúmeras evidências de que as diversas atividades econômicas têm ação destrutiva em áreas cada vez maiores, afetando de forma significativa a qualidade de vida das comunidades