Tupis
No entanto, existiam chefes nas aldeias Tupi. Eles eram escolhidos entre os mais valentes para liderá-los na guerra. Deles, exigia-se ainda uma outra qualidade: saber falar bem, para resolver conflitos entre os membros. Cumprindo bem esses papéis, os chefes ganhavam prestígio, mas permaneciam sem poder: por exemplo, por mais prestígio que tivessem, não tinham poderes para iniciar uma guerra indesejada pela aldeia. O seu poder sobre o grupo era, portanto, nulo.
Embora desconhecessem a propriedade privada, a divisão em classes e a dominação política (poder), os Tupiniquim e os Tupinambá viviam em permanente guerra entre si.
Para os europeus, isso era incompreensível. Américo Vespúcio disse não ter conseguido descobrir o porquê de fazerem guerra um ao outro, pois não tinham bens próprios, nem Senhorios de Impérios ou Reinos. Os indígenas não sabiam o significado da cobiça, isto é, da avidez por reinar em propriedades; isso parecia ser a verdadeira causa das guerras e de cada desordenado ato. De acordo com Vespúcio, os Tupi diziam guerrear para “vingar a morte dos pais antepassados”.
Os europeus compreendiam perfeitamente as guerras motivadas pela ambição de riqueza (“cobiça de propriedades”) ou pelo poder (“avidez de reinar”). Como os Tupi não guerreavam por nenhum desses motivos, a razão pela qual se matavam em guerras intermináveis permaneceu uma incógnita para os