Tunga Artista
Muita gente diz que ele veio de Pernambuco. Os fatos afirmam que ele nasceu no Rio de Janeiro. Mas Tunga revela: veio de outra galáxia. Passou por Vênus e depois caiu na Pangeia – que com o tempo virou os cinco continentes da Terra. Na separação das placas tectônicas, ele afirma, veio parar em solo brasileiro. “Guardo na planta dos pés a terra do Brasil”, diz ele, que mora no Rio de Janeiro, onde tem seu ateliê. E agora, depois dessa jornada geológica, está em constante movimento pelo planeta para apresentar suas obras em prestigiadas galerias e museus. Para Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga, o mundo ainda é Pangeia.
Com um trabalho interessante e despreocupado abriu uma nova maneira de perceber a arte, fugindo do tecido e do cavalete e usando objetos diferentes, cuja única relação com o outro é o contexto que ocupam dentro de um espaço, que busca provocar além do seu próprio significado. É um dos poucos artistas brasileiros que alcançaram espaço e respeito nas mais prestigiadas galerias do mundo.
Foto: Arquivo Pessoal / Ivan Cardoso
O poeta e ensaísta francês Paul Valéry, disse em um texto de 1932 que existem dois tipos de artistas: '' De um lado estão aqueles que procuram fazer-nos companheiros de seu olhar feliz de um belo dia, como Jean Baptiste e Camille Corot; e outros, como Delacroix, Wagner e Baudelaire, cujo objetivo é obter de seus meios de ação o mais forte dos sentidos''
Se ambas as descrições são tomados como referência, não há dúvida de que o brasileiro Tunga pertence ao segundo grupo, dos artistas que com suas rápidas criações procuram ir além do sentido visual para quebrar o molde e agitar consciências. Porque as suas obras fazem parte de um ambiente conceitual que une natureza e cultura, enfatizando as divisões e intersecções entre a vida e a arte, utilizando diferentes materiais para alcançar realidades físicas que podem causar sentimentos de espanto e perplexidade. Tunga é, juntamente com