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Tudo indica que eles nunca foram tão próximos quanto estão seus livros hoje, embora tivessem inúmeros amigos em comum: Antonio Candido, quando ajudou a fundar o Partido Socialista Brasileiro, foi para as ruas com o candidato a vereador Luís Martins colar cartazes de uma campanha fadada ao fracasso, nos anos que se seguiram à redemocratização de 1945; Fernando de Azevedo, que contratou Florestan para ser seu assistente na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, correspondia-se bastante com Martins (como mostra outra parte do acervo do escritor, bem guardado pelo Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio –uma outra parte dos arquivos de Martins encontra-se no MAM-SP, no Centro de Estudos Luís Martins), porém menos que Roger Bastide, o companheiro de Florestan na pesquisa sobre negros e brancos na cidade de São Paulo, iniciada no final da década de 1940, a convite da Unesco.
Apesar disso, nem Luís Martins está presente nos principais relatos autobiográficos de Florestan, nem Florestan aparece, por exemplo, em "Um Bom Sujeito", o último e, do ponto de vista biográfico, o livro mais importante de memórias de Martins. Um, embora tenha tornado-se uma referência também entre antropólogos, historiadores e educadores, foi, sobretudo, sociólogo.
O outro, que foi antes de mais nada jornalista, assumiu uma enormidade de outras “qualificações” durante a vida: muito jovem foi poeta e até letrista de samba, depois romancista, divulgador do modernismo, crítico de arte, editor de livros, cronista célebre e diretor do arquivo do jornal "O Estado de S. Paulo" (arquivo que é em si uma “instituição” entre os jornalistas). E ainda membro do conselho e da direção do Museu de Arte Moderna de São Paulo –que deve muito de sua própria criação ao empenho do jornalista Luís Martins.
Florestan, de origem menos do que modesta– foi auxiliar de barbeiro e engraxate ainda com