Tríade Historiográfica Brasileira: Geração de 30
Tríade Historiográfica Brasileira: Geração de 30
Gilberto Freyre: Casa Grande e Senzala
Gilberto Freyre nasceu em 1900 em uma família da elite pernambucana, escravista e produtora de cana de açúcar. Freyre tentou analisar e redescobrir a era colonial de seu país, para isso utilizou de sua memória herdada para tal análise, ou seja, mesmo não vivendo no período em que o Brasil era colônia de Portugal o momento se fez tão presente em sua vida, através de sua família, que o autor soube contá-la. Em uma de suas principais obras Casa Grande e Senzala, partiu do cotidiano da família patriarcal para abordar o desenvolvimento sócio-econômico do país.
A casa grande representa a organização política e social da colônia, na qual o patriarca da terra era dono de tudo que nela se encontrasse, entre escravos, esposa, filhos, parentes, concubinas etc, sendo esta família um organismo de produção que entra em crise com o fortalecimento de um novo sistema econômico e social, onde tudo gira em torno do capital: a mais valia, fazendo com que sociedade estamental perca lugar para sociedade de classes. Com o surgimento deste novo mundo burguês, a família de Gilberto Freyre que até então utilizava do sistema patriarcal entra em decadência com a concretização do capitalismo, a oligarquia perde espaço.
Dos senhores de engenho aos escravos africanos, Casa Grande e Senzala representa os dois mundos que constituíram o Brasil colonial, com base na miscigenação que o autor considera como algo positivo, justificando que através da mistura de duas raças inferiores (negros e indígenas) gerou uma raça superior, os brasileiros, e que o Europeu por ser mestiço lhes deu resistência para viver nos trópicos nos mostra a grande relevância da miscigenação na formação sociocultural do Brasil. Pode-se concluir que entre análises econômicas, políticas e sociais esta é uma das obras que melhor explicam a construção de nossa identidade nacional.
07/10/2013
Sérgio Buarque de Holanda: Raízes