Raízes do Brasil - resumo/análise

Raízes do Brasil: breve análise do contexto histórico
Raízes do Brasil é considerada uma obra fundadora do século XX. Sua primeira edição é de 1936 e figura ao lado de grandes obras e escritores como Gilberto Freire e Caio Prado Jr. Sérgio Buarque parte do princípio de que é necessário conhecermos de onde viemos e de quais bases nos formamos para sabermos aonde vamos como nação e como cultura. Ele é um autor com formação weberiana e, em Raízes do Brasil, ele sai da estrutura para o evento, das nossas raízes para nos explicarmos hoje, o Brasil dos anos 30, mas que ainda mantém sua tese atual. Descendente dos pensadores modernistas de 22, quer compreender, redescobrir e reconhecer o papel do país nessa modernidade.
Nas décadas de 60 e 70, algumas mudanças nos estudos das ciências humanas e sociais tiveram impacto principalmente no Brasil, com contexto sócio econômico polarizado entre direita e esquerda, voltando-se a fazer “obra prática” dentro das pesquisas dessas áreas. Foi aí que as “obras de formação” dos anos 30 e 40 serviram de matrizes para uma renovação nesses campos, tendo como marco acadêmico a mudança do prefácio de Antônio Cândido à quinta edição de Raízes do Brasil, onde ele canonizou a tríade Gilberto Freire, Sérgio Buarque, Caio Prado como intérpretes do Brasil. A historicidade e a diferenças entre as épocas procurando evitar os riscos de anacronismo, estão presentes em Raízes do Brasil e são características centrais da produção posterior sobre como pensar o país.
Este livro nos mostra algumas das mazelas da vida social, política e afetiva da sociedade brasileira, incluindo aí também a dificuldade de separar o espaço público do privado; pontuando os processos sociais, econômicos e políticos que devem ser vistos como fenômenos de cultura interligados a modos coletivos de pensar, imaginar, sentir e atuar.
O autor utilizou-se do respaldo teórico da História Social dos franceses, a sociologia cultural alemã e teorias antropológicas e etnológicas.