tráfico negreiro
Felipe Spindola de Ataides1
Resumo:
Os processos e articulações históricas são condicionados por personagens que vivenciam e experimentam os acontecimentos em tempo real, portanto estão sujeitos a construírem conforme seus interesses por vezes manipulados, ora não, os significados que se tornarão os símbolos de determinado período histórico, assim é importante nos atentarmos que esses personagens são agentes dentro de um sistema de interesses e que agem com intenções pré- determinadas e se adaptam as condições necessárias, portanto, não nos deixemos cair na ingenuidade de pensarmos que em algum grande evento da nossa história existissem “heróis versus vilões”. O trafico negreiro no continente africano possui um caráter comumente utilizado de associar o homem europeu como responsável exclusivo por introduzir as práticas escravistas no continente, o que por vezes já ocorria até mesmo antes das descobertas, assim, devemos nos atentar para os jogos dinâmicos de interesses que sempre condicionaram a ação dos indivíduos e deverá continuar enquanto ambos possuírem interesses particulares.
Palavras-chave: trafico negreiro, África, Europa e escravidão.
A escravidão no continente africano é tema recorrente em trabalhos e debates que se preocupam em dialogar com essas questões de fundamental importância e que permite compreendermos os diversos significados a cerca da escravidão e suas conseqüências na mentalidade contemporânea, a África surge como local no qual são inauguradas essas práticas, para além disso, é comum encontrarmos relatos em que ela apresenta-se com total submissão a personificação de um Europeu escravocrata.
Portanto, construiu-se um imaginário em que os africanos são apresentados como seres desprovidos de artifícios de resistência a escravidão ou de homens puros que sofreram num determinado período histórico essa invasão do homem Europeu o que iria transformar radicalmente a história de um povo,