Troca para Levi Strauss
Em Levi Strauss o fenômeno da “ troca” se configura como elemento imprescindível para constituição e manutenção das relações sociais. Para ele, a troca é um ato fundamentalmente simbólico que se difere da ação de um “reciprocar imediato” visivelmente perceptível. Ao explorar as contribuições de Mauss no que refere a simbologia nas sociedades primitivas Strauss evidencia a importância da função simbólica das “trocas” na organização da cultura.
E parte do pressuposto de que os seres humanos se definem como seres culturais, pois estes constroem e edificam relações mútuas através da comunicação entre si por trocas que podem ser apreendidas não por relações diretas, de coisas em si mesmas, mas por processos simbólicos.
As trocas são feitas a partir de elementos dotados de significação denominados “DONS”. Para Strauss, os dons, na maioria dos casos, não são comparáveis, nem estabelecidos mutuamente por valor, substância, uso e etc... Exemplificando, a grosso modo, não é porque o individuo dá uma cama ao outro que quem recebeu o retribuiria outra cama. Não se configura desta forma. A troca de “dons” é mais importante que os dons em si. É o ato entre quem dá e quem recebe que caracteriza o vínculo, estabelecendo uma relação de reciprocidade.
Ainda de acordo com Strauss, são estruturas de relações sociais nas quais a troca se manifesta: O principio da reciprocidade, O principio do parentesco, A proibição do incesto, O casamento entre primos cruzados e etc...
Ele entende que a reciprocidade funciona como um sistema que antecede as “três obrigações”.
No que diz respeito a instituição da família, em Strauss, esta não se limita a um grupo social fechado, isolado com seus problemas e limitações. Ele a observa como princípio básico de sociedade não moderna. E restringe-se a analisá-la a partir da concepção estruturalista de sociedade como um sistema de relações sociais. Relações estas,