Fichamento adam kuper
KUPER, Adam. A Teoria da Descendência: uma Fênix das Cinzas. In:______. A Reinvenção da Sociedade Primitiva: Transformações de um mito. Recife: EDUFPE, 2008. p. 223-243. Um novo paradigma na antropologia social surgia na década de 40. Os seguidores de Radcliffe-Brown, Evans-Pritchard e Meyer Fortes eram os expoentes desse novo modelo que se anunciava na antropologia britânica, que tratava dos estudos de parentesco e culminavam no que ficou conhecido por ‘teoria da descendência’ ou ‘teoria da linhagem’.
O termo ‘linhagem’ foi, anteriormente, aludido por Gifford – aluno de Boas - em sua análise do sistema Tonga, tratando de um sistema de linhagem segmentar. Gifford analisou a transmissão dos direitos entre as gerações, relativos à sucessão patrilinear e à sucessão matrilinear, assumindo que os sistemas de parentesco eram baseados na família.
Os estudos de Evans-Pritchard e Fortes concentraram-se nos sistemas políticos africanos, voltados para a separação entre sociedades com Estado e sociedades sem Estado, afirmando que estas últimas baseiam-se em sistemas de parentesco. Nesse sentido, estudavam o sistema político como extensão das relações de parentesco, cuja organização funde-se à estrutura política em sociedades ordenadas por um sistema de linhagem segmentar. Esses estudos demarcaram relatos de sociedades muito grandes que operavam em ausência de autoridades centrais, reconhecidas como Estado, e logo ganharam reconhecimento acadêmico.
A monografia ‘Os Nuer’, de Evans-Pritchard, é central na aplicação da teoria da descendência nos estudos antropológicos. Utilizando o conceito de estrutura social como ‘relações entre grupos de pessoas em um sistema de grupos’, identificou que os grupos de descendência unilinear constituíam as unidades dessa estrutura social entre os Nuer.
A tribo era a maior comunidade política e