triunfo dos nerds
Neste fim de semana, Boston sediou o encontro anual da Associação Americana de Economia. Foi um encontro de professores universitários, mas foi também um conclave dos que fazem as coisas acontecerem no mundo. Economistas do meio acadêmico costumam querer influenciar a política de maneira indireta, mas ultimamente, num número sem precedentes, eles se mudaram para os corredores do poder.
O mais evidente exemplo dessa tendência é Lawrence Summers, o acadêmico bem-sucedido que se tornou secretário do Tesouro dos EUA. Mas professores de Harvard têm chegado a gabinetes de alto escalão e continuarão a fazê-lo. Agora, a diferença é que Summers é o mais proeminente na onda de professores que viraram formuladores de políticas. Mesmo que há um ano o próprio Summers estivesse em busca de emprego alternativo (porta-voz de Jenny Craig? desculpe, não me servirira), existem dúzias de ex-professores em postos-chave, do Fundo Monetário Internacional ao Bank of England.
O que explica essa crescente influência do meio acadêmico na política econômica? Uma das razões é que na década de 90 o professorado efetivamente rejeitou os desafios, tanto da esquerda quanto da direita, que questionassem sua autoridade nos anos 80.
O desafio da direita era mais sério. Os desenvolvimentistas - sob o argumento de que altas taxas de juros eram a origem de todo o mal, ridicularizavam a preocupação de economistas convencionais com coisas como déficits orçamentários - foram de início rejeitados como excêntricos. Porém, com acesso imediato às páginas do "The