Traços de um colecionador público em Ribeirão Preto
Ribeirão Preto foi uma das principais cidades do período da “Belle Époque Caipira” e ficou conhecida como “balcão de negócios” centro de serviços da região no início do século XX. Até então, a economia na região era pautada pelo café, mas apesar da crise cafeeira em 1929, conseguiu se manter firme e continuar até os anos 1950 lucrar com a produção e se tornando uma região prospera, se desvinculando da imagem do sertão caipira e sendo chamada de Paris brasileira e, nos anos posteriores, ganhou o título de Califórnia brasileira.
A autora Silvia Maria do Espírito Santo cita que com o grande desenvolvimento, a cidade acabou possuindo o terreno fértil para pesquisas científicas e em 1952, a instalação da Faculdade de Medicina no espaço rural, antes ocupado pela Fazenda Monte Alegre e nas edificações da Escola Prática de Agricultura Getúlio Vargas, impulsionou a criação de museus no interior paulista. No momento em que a “elite culta” se orientava na metrópole de São Paulo para concretizar a 1° Bienal Internacional de Arte em 1952, o município de Ribeirão Preto mobilizava-se para criar os seus Museu Histórico e Museu do Café. Esse último sustentou a proposta da sua inauguração para inserir-se nas comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. Por mérito temático, por reivindicar e justificar a “importância” da região ribeirão-pretana para o desenvolvimento da economia do país, dezenas de recomendações foram feitas por parte de Plínio Travassos dos Santos, para que a novidade compusesse as comemorações estaduais de seus 400 anos, o que não ocorreu [...] Os traços de uma personagem preocupada com a educação marcaram o trajeto profissional com características públicas de Plínio Travassos dos Santos, um colecionador no museu público. (ESPÍRITO SANTO, S. M.)
A formação do acervo contou com objetos e coleções pessoais de Plinio Travassos, muitos desses objetos mostravam o poder econômicos das famílias