transtornos psicóticos
1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
Independente do maior conhecimento que se tem sobre a esquizofrenia, ainda há necessidade clínica substancial por alternativas terapêuticas melhores e mais novas, para tratar essa doença e os transtornos a ela relacionados.
Embora a esquizofrenia seja discutida como se fosse uma única doença, provavelmente ela engloba um grupo de distúrbios com etiologia heterogênea, que se apresentam com sintomas comportamentais similares, incluindo pacientes cujas apresentações clínicas, respostas ao tratamento e curso da doença são variados.
Estima-se que meio a um por cento da população sobre de esquizofrenia. Além do seu impacto devastador sobre os indivíduos e suas famílias, ela também cria uma enorme carga econômica. No ano de l984, em pesquisa realizada nos EEUU, o custo da doença teria chegado a 73,2 bilhões de dólares (2% do PIB). Dois terços do custo é atribuído a perda de emprego produtivo, enquanto, enquanto o restante deve-se ao tratamento, assistência pública e outros. Estas estimativas não levam em conta os gastos das famílias ou a angústia social e psicológica que ela causa.
Os pacientes e suas famílias freqüentemente sofrem pelo atendimento deficiente e o ostracismo social devido à ignorância generalizada acerca da esquizofrenia.
2.- HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO CONCEITO
Desde a Antigüidade são encontrados breves relatos de sintomas que seriam hoje considerados compatíveis com esquizofrenia. Mas é só no século XVIII, quando o método científico conquista lugar definitivo como a melhor forma de representação da natureza, que sintomas psíquicos são valorizados como decorrentes de disfunção mental, e começa a surgir um interesse em conceituar e classificar distúrbios psiquiátricos. Jean-Etienne Esquirol (1772-1840), discípulo de Pinel, é o primeiro a publicar um livro-texto de psiquiatria realmente científico, com definições claras de conceitos psicopatológicos como alucinações, delírios, quadros intermitentes e de