Transtorno Obsessivo Compulsivo
TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo
Dener Rodrigues
DOCENTE – Prof. Dr. Fábio Leyser
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TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo
Dener Rodrigues1
INTRODUÇÃO
Preocupar-se excessivamente com limpeza, lavar as mãos a todo o momento, revisar diversas vezes portas, janelas ou o gás antes de deitar, não usar roupas vermelhas ou pretas, não passar em certos lugares com receio de que algo ruim possa acontecer depois, não sair de casa em determinadas datas, ficar aflito caso os objetos sobre a escrivaninha não estejam dispostos de uma determinada maneira... Esses são alguns exemplos de ações popularmente consideradas “manias” e que, na verdade, são sintomas de um transtorno: o transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC.
Considerado raro até há pouco tempo, o TOC é uma doença bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40 ou 50 indivíduos. No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Muitas dessas pessoas, embora tenham suas vidas gravemente comprometidas pelos sintomas, nunca foram diagnosticadas e tampouco tratadas. Talvez a maioria desconheça o fato de esses sintomas constituírem uma doença para a qual já existem tratamentos bastante eficazes.
O TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos: está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde; acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância – sendo raro seu início depois dos 40 anos; geralmente é crônica e, se não tratada, na maioria das vezes seus sintomas se mantêm por toda a vida. Os sintomas raramente desaparecem por completo: o mais comum é que apresentem flutuações ao longo da vida, aumentando e diminuindo de intensidade, mas estando sempre presentes. Em aproximadamente 10% dos casos, tendem a um agravamento progressivo, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias