Transtorno obsessivo-compulsivo
Introdução:
A descrição do quadro Transtorno Obsessivo-Compulsivo remonta há pelo menos 300 anos. Até a metade do século XIX, os fenômenos obsessivo-compulsivos eram considerados um entre vários quadros referidos como insanidades, evoluindo posteriormente para o conceito de neurose. Apesar de descrito há vários anos, foi a partir da década de 1970 que se observou aumento do interesse pelo transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Atualmente, dois conceitos têm grande relevância no estudo do TOC. Um é a idéia de espectro obsessivo-compulsivo que abrange uma série de quadros relacionados, como, por exemplo, comprar compulsivo e o jogo patológico, entre outros. O outro é a idéia de que o TOC é um transtorno heterogêneo, dentro dessa categoria nosográfica, com possíveis prognósticos e tratamentos particulares. Um exemplo seria os pacientes que apresentam TOC associado a síndrome de tiques crônicos, ou seja, o tratamento de Tourette.
Epidemiologia:
Até o início da década de 1980, a prevalência do TOC era estimada em torno de 0,05% da população geral (Rasmussen; Eisen, 1998). No entanto, os estudos mais recentes têm demonstrado prevalências maiores quando comparados aos anteriores à década de 1980. Turns (1985) encontrou prevalência ao longo da vida variando entre 1,9% a 3% da população.
Bebbington (1998), em revisão bibliográfica de diversos estudos epidemiológicos que utilizaram instrumentos padronizados, como o Present State Examination (PSE), o Diagnostic Interview Schedule (DSI) e o Clinical Interview Schedule Revised (CIS-R), chegou a prevalência estimada de TOC de aproximadamente 1%.
No Brasil, Almeida Filho e colaboradores (1992) encontraram prevalência estimada de TOC de 1,7% para homens e 0,7% para mulheres, em Porto Alegre, e de 0,5% para homens e 0,4% para mulheres em Brasília.
O TOC não apresenta diferença na distribuição por sexo. No entanto, quando se leva em conta a idade de início dos sintomas