Transportes
As cidades brasileiras apresentam muitos problemas de transporte, que decorre de muitos fatores sociais, políticos e econômicos, mas deriva também de decisões passadas relativas ao bom planejamento das políticas urbanas, de transporte e de trânsito. A cultura do automóvel, que drenou muitos recursos para o atendimento de suas necessidades e o sistema de transporte, permanece insuficiente para atender à demanda crescente.
Se algo não for feito, esta situação permanece e tende a se agravar: a falta de transporte público de qualidade estimula o uso do transporte individual, que aumenta os níveis de congestionamento e poluição. A ausência de planejamento e controle que ordenem o uso e a ocupação do solo acaba por deixar que o desenho da cidade seja resultado exclusivamente de forças de mercado, que tendem a investir nas áreas de maior acessibilidade, freqüentemente com graves impactos ambientais e sobre o sistema de circulação local.
Cerca de 75% da população mundial, reside em áreas urbanas e são dependentes do transporte público para se deslocarem. À relevância destes impactos negativos requer com urgência um reexame do modelo atual de transporte e circulação das cidades brasileiras. Isto só pode ser obtido caso o processo de desenvolvimento urbano e as políticas de transporte e trânsito sejam revistas, de forma a gerar um equilíbrio entre os vários modos, desenvolvendo assim a eficácia do sistema e garantindo condições adequadas para a maioria dos usuários. As políticas necessárias devem ser adotadas de forma a garantir melhor qualidade de vida para toda a população, maior eficiência, sem esquecer da qualidade ambiental.
O INÍCIO DO PROBLEMA
Em 1910, o Brasil era considerado o país mais rural do mundo, onde 85% da população residia no campo. Em 2009, 84% da população brasileira já vivia em áreas urbanas, e o resultado desta migração campo/cidades em um curto espaço de tempo, foram cidades desestruturadas para receber tal demanda. Tudo