Origem da foto
6.1. Antecedentes da fotografia
Desde a antiguidade o ser humano interessou-se pelos fenómenos e efeitos da luz na visão. Na China, no séc. V A.C., Mo Ti observou que os raios luminosos, reflectidos por um objecto iluminado, passando através de um pequeno buraco de uma caixa escura, davam desse objecto uma imagem invertida mas exacta (câmara escura).
Também Aristóteles descreveu o princípio da câmara escura. No séc. X, um sábio árabe, Ibn Al-Haitham constatou que a imagem formada em câmara escura era tanto mais nítida quanto a abertura do "projector" fosse mais pequena. Pelo contrário, a imagem esvaía-se quando se aumentava a abertura para deixar passar mais luz. Fenómenos semelhantes foram descritos por Roger Bacon no séc. XIII e pelo físico holandês Reinerius Gemma-Frisius no séc. XVI, autor da primeira ilustração conhecida de uma câmara escura. A primeira notícia documental do uso da câmara escura data de 1558, na obra Magiae Naturalis do napolitano Giovanni Battista Della Porta, que contém detalhes sobre a sua construção e uso, assim como descrições que provam que o dispositivo era bem conhecido pelos sábios, ilusionistas e artistas da época. Estes usaram-na a partir do Renascimento, com o advento da perspectiva. A câmara escura era literalmente um quarto escuro, que deixava passar a luz por um buraco feito numa parede, estando esta parede paralela a uma outra ou a um plano sobre o qual a imagem projectada aparecia em cores naturais (fig. 27).
fig. 27 - Stefano Della Bella - Câmara escura com vista de Florença - desenho a tinta
A câmara escura teve porventura um papel extremamente importante na pintura a partir do Renascimento. Leonardo da Vinci e Vitrúvio descreveram-na e pensa-se que esta foi muito usada quer por Leonardo, quer por outros pintores renascentistas para a formação da imagem como auxiliar do desenho e da pintura. O pintor (e fotógrafo) contemporâneo David Hockney no seu