Transporte de Grãos
Estima-se que o Brasil perca R$ 2,7 bilhões a cada safra com o derrame de grãos durante o transporte rodoviário. Depois da colheita, os grãos também se perdem por motivos como insuficiência da rede de armazenagem, a má-conservação das estradas e a inadequação do transporte utilizado. “Em países de grande dimensão territorial como o Brasil, os índices de perdas tendem a ser maiores na pós-colheita, dada a dispersão da produção, a distância aos mercados consumidores ou portos de exportação e a deficiência da rede de armazenagem”, analisa Andréa Leda Ramos de Oliveira Ojima, pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA).
O país sofre de déficit de armazenamento. Na safra de 2004/2005, o volume colhido foi de 112,36 milhões de toneladas, enquanto a armazenagem disponível era de 104,21 milhões de toneladas. Outro problema é a má distribuição desses armazéns. Muitos estão concentrados fora da propriedade rural, aumentando o custo de transporte e obrigando o produtor a comercializar a sua safra em curto espaço de tempo, subtraindo possibilidades de ganhos nas altas de preço do produto em períodos de entressafra.
Segundo Flávio Bolliger, coordenador de agropecuária do IBGE, as perdas na armazenagem decorrem, em geral, da insuficiência estrutural ou inadequação da rede de armazenagem, bem como do baixo nível de qualificação da mão-de-obra que opera os secadores, as câmaras de expurgo, os aeradores e outros equipamentos de recepção, movimentação e conservação dos produtos nas unidades armazenadoras.
Também fica cada vez mais claro que a escolha do modal de transporte utilizado – ou a falta dele – tem contribuído para aumentar os volumes de desperdício. Segundo o Ministério dos Transportes, 58% das cargas do país são transportadas pelo sistema rodoviário, o menos eficiente para longas distâncias.
Conforme estudo de viabilidade econômica dos transportes de cargas, o modal rodoviário é o mais adequado para