Transplante cardíaco pediátrico – experiência inicial
O cuidado integral ao paciente cardíaco pediátrico requer domínio de várias técnicas cirúrgicas, dentre elas o transplante cardíaco que, na impossibilidade da correção anatômica e ou fisiológica da doença, é tratamento de escolha. Demonstraremos nossa experiência com o Transplante Cardíaco Pediátrico.
Casuística e Método:
Entre abril de 1999 e abril de 2006, foram submetidos a transplante cardíaco 10 pacientes.
60% eram do sexo masculino. A idade variou de 10 dias a 16 anos M= 8,53 ± 5,99 anos, divididos em três grupos etários: 0-28 dias - 01 paciente (10%), 29dias - 12 anos – 5 pacientes (50%) e entre 12 e 18 anos 4 pacientes (40%). O peso variou de 3Kg a 48Kg
M=28,33 ± 16,17 Kg. A etiologia foi: Cardiopatia Congênita 4 casos – (40%),
Miocardiopatia Dilatada Idiopática 5 casos – (50%) e Endomiocardiofibrose 1 caso –
(10%). Três pacientes (30%) tinham sido submetidos a pelo menos uma cirurgia prévia.
90% dos pacientes, por descompensação, estavam internados no momento do transplante.
A técnica empregada na totalidade foi a bicaval, unipulmonar. A imunossupressão foi com: corticóide, ciclosporina e mocofenolato mofetil.
Resultados:
A mortalidade hospitalar foi de 30%. As complicações tardias foram encontradas em 4
(57%), dos 7 sobreviventes: Infecção 4 casos (57%), ICC 3 casos (43%), Rejeição 3 casos
(43%), Insuficiência renal aguda 2 casos (28%), arritmia cardíaca (fibrilação ventricular) 1 caso (14%). Destes, 1 paciente foi a óbito no terceiro mês por uso inadequado da medicação imunossupressora. Os sobreviventes encontram-se em Classe Funcional I (NYHA), em atividades físicas e escolares compatíveis com a idade.
Conclusões:
Inferimos que a presença de reoperações e estado clínico dos pacientes possam justificar uma mortalidade acima da experiência mundial. Entretanto estamos convencidos dos benefícios do Transplante Cardíaco por proporcionar qualidade de vida para este grupo