Tragicomedia
Segundo a definição do Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, tragicomédia é uma obra dramática que contém, ao mesmo tempo, elementos da tragédia e da comédia. Ainda segundo o Houaiss, o gênero é uma mistura de acontecimentos trágicos e risíveis.
Uma das primeiras aparições da tragicomédia na literatura mundial ocorre na obra de Aristóteles, Poética, que tem data entre os anos 335 a.C. e 323 a.C. Neste livro, ocorre uma aproximação entre a comédia e a tragédia, demonstrando que os dois gêneros servem-se dos mesmos metros, cantos e ritmos em sua composição. Entretanto, é possível que Plauto, um dramaturgo romano, tenha sido o pioneiro a fazer uso da expressão e defini-la desta forma: um gênero híbrido de tragédia e comédia.
A ocorrência do estilo tragicômico se dá, tanto em tragédias gregas, como nas romanas. É possível encontrá-lo em Alceste, de Eurípides. Nesta representação, o autor apresenta um tom humorístico leve, mas, em razão do final feliz, é vista por muitos críticos como uma tragicomédia e como um drama satírico.
Na época do Renascimento Inglês, a mistura entre comédia e tragédia foi bastante utilizada no teatro elisabetano. Entre as peças que faziam uso do recurso tragicômico estão A Tempestade e o Rei Lear, de Shakespeare. Com a utilização da comicidade e das ironias, os textos ganhavam em riqueza de significados.
Robert Garnier, poeta trágico, foi o introdutor da tragicomédia na França. O estilo era considerado uma moda no século XVII, mas ainda não tinha sido difundido com clareza. De forma gradual, os artistas da época foram introduzindo as regras do teatro clássico em suas peças. Entre as obras trágicas de final feliz produzidas no país estão autores como Molière, Corneille e Racine. Mas este gênero híbrido tinha alguns problemas com uma parcela do público. Após receber inúmeras críticas negativas, a peça El Cid, de Corneille, precisou ser reescrita para tornar-se apenas uma tragédia.
Na literatura, um escritor que fez uma