Trafico negreiro

1467 palavras 6 páginas
Documento sobre o tráfico negreiro, de Luis Antonio de Oliveira Mendes, intitulado Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e o Brasil (1793). Muito mais que o apresamento do gentio, o tráfico de escravos negros harmonizava-se aos interesses metropolitanos em função dos altos lucros que propiciava, ainda que a cobiça pelos rendimentos chegasse muitas vezes a comprometer a própria empresa. Embora refira-se às condições do tráfico no século XVIII, a inexistência de transformações significativas nesse setor permite que a descrição do comércio negreiro apresentada no documento que se segue seja considerada válida para todo o período escravista. “Quando a escravatura trazida de muitas partes chega aos portos marítimos da África, aí é segunda vez permutada por fazenda e gêneros a comerciantes, que ali têm casa de negócio assentada para este fim: fazendo a escravatura sua por este troco, a conservam por tempo em que o mesmo libambo; e quando assim não são conservados os escravos, são metidos em um pátio seguro, de altas paredes, que não podem pela mesma escravatura ser saltadas, ficando ali ao tempo; e de noite há um telheiro, ou armazém também térreos onde é recolhida.
A ração lhe continua a ser escassa do mesmo modo, e sem tempero, à exceção do sal, que em os portos marítimos já há em maior abundância: o alimento se reduz ao feijão uma vezes, a outras ao milho, outras ao feijão misturado com o milho por variedade.
Ajuntando-lhe demais à comida uma pequena parte de peixe salgado, de que abunda o Reino de angola pela extração do azeite. Por variedade lhe costumam dar a savelha, peixe miúdo e barato, muito mais do que entre nós a sardinha: mas prejudica à saúde, e com tanta infalibilidade, que os habitantes estabelecidos em aqueles portos dele se abstêm pelo reconhecido prejuízo que lhes causa.
Por se achar a escravatura vizinha ao mar, a mandam em pelotões, a que chamam lotes, lavar ao mar. Com a

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