trafico negreiro da americana espanhola
A exploração da costa africana, a chegada dos europeus à América do Norte edo Sul durante o século XVI e a posterior colonização deste continenterepresentam os grandes condicionalismos do tráfico intercontinental deescravos na Idade Moderna.
Portugal foi a primeira potência europeia a satisfazer as suas carências de mãode obra através da importação de escravos, para colmatar a crónica carênciade trabalhadores agrícolas. Este comércio de escravos começou por volta de1444, e na década de 60 do século XV o país importava, anualmente, à volta de700 a 800 escravos do continente africano, capturados, na sua maioria, poroutros africanos.
O exemplo de Portugal foi seguido pela Espanha. Contudo, Portugal continuou amanter o monopólio deste tráfico por cerca de um século.
No século XV, também os comerciantes árabes no Norte da África exportavamafricanos oriundos da África Central para serem levados para os mercados daArábia, do Irão e da Índia.
No século XVI, os colonializadores espanhóis fixados na América Latina tentaramforçar a população autóctone a trabalhar no campo, mas esta não sobreviveuao trabalho duro e às doenças transmitidas pelos europeus, para além de contarcom a proteção dos Jesuítas. Assim, para suprir a sua necessidade detrabalhadores braçais, os espanhóis viram-se obrigados a recorrer aos escravosafricanos. O trabalho no continente americano, fosse nas minas de prata doPerú e do México, fosse nos engenhos de açúcar brasileiros, ou mais tarde nolabor das minas de ouro e diamantes neste território, foi o principal responsávelpelo incremento do tráfico entre os séculos XVI e XVIII.
A Inglaterra aderiu a este tráfico na segunda metade do século XVI,pretendendo interferir no abastecimento das colónias espanholas antes servidaspelos portugueses. A França, a Holanda, a Dinamarca e as próprias colóniasamericanas entraram neste comércio como competidores, e em 1713 o direitoexclusivo de abastecer de escravos as colónias espanholas foi