Tradução de radioquimica
Possíveis materiais a base de quitina/quitosana para a recuperação de urânio: uma análise interdisciplinar
Riccardo A.A. Muzzarelli
Professor Emérito de Enzimologia, Universidade de Ancona It-600100 Ancona,Itália.
1. Introdução
Alguns íons metálicos para os quais não foram encontradas funções biológicas, como cádmio e chumbo, são carcinógenos; o mercúrio ataca o sistema nervoso central causando disfunções motoras e mentais, como demonstrado pela doença degenerativa Minamata Bay que é causada pela presença de mercúrio na cadeia alimentar. Outros elementos, ainda que essenciais para a nutrição humana em baixas doses têm efeitos adversos em doses mais elevadas: como Cr, Cu, Ni e Zn (Ciardelli, Tsuchida,& Woehrle, 1996; Guy, Hostynek, Hinz, & Lorence, 1999; Lynam,Piantanida, & Cole, 1981). Por outro lado, o urânio vem sendo utilizado na produção de energia nuclear (Kaikan & Kaikan, 1983). O tema de complexação de metais por quitosana foi revisado por Mizzarelli (1973, 1977) e Varma, Deshpande e Kennedy (2004), a biosorção foi abordada por Li, Hein, e Wang; (2008); o desenvolvimento de resinas quelantes foi examinado por Elwakeel (2010); a sorção de metais pesados por materiais inorgânicos e orgânicos de baixo custo foi pesquisado por Bailey (1999) e Zhou e Haynes (2010), e as aplicações para águas residuais foram objeto de pesquisa de Bhatnagar e Silanpoa (2009) e Prinyawiwatkul e Meyers (2005). Artigos de revisão geral estão disponíveis (Guibal, 2004; wu, Tsing & Juang 2010).
Inúmeros sistemas vivos utilizam quitina em conjunto com proteínas não colágenas; a quitina é geralmente formada por uma secreção extracelular amorfa, que se torna visível em diferentes níveis hierárquicos (nanofibrilas > microfibras > fibras): estes são possíveis depósitos de compostos pesados de cristais inorgânicos ou amorfos assim a quitina é considerada um modelo universal de biomineralização (Ehrlich, 2010; Poulicek, Voss-Foucart & Jeuniau 1986).