traduçao RNA
Afinal, qual é o destino dos RNAs na bactéria? A verdade é que a vida média de um mRNA bacteriano é muito curta, raramente ultrapassando 60 segundos. Por que? Temos que ter em mente que a “vida" de uma E. coli dura meia hora. Neste intervalo ela passa por profundas transformações metabólicas. Por isso, um mRNA só é necessário por breves instantes, sendo em seguida descartado. Em eucariotos, contudo, os mRNA podem ter vida média muito mais longa. Os demais RNAs também tem uma vida média curta, porém bem maior que a dos mRNA pois são necessários de uma forma mais homogênea ao longo do ciclo de vida da bactéria. O “turn over” (substituição de uma molécula por outra mais nova) é um fenômeno geral e está relacionado com a instabilidade termodinâmica de qualquer estrutura a nível molecular.
No caso dos mRNA de procariotos, a sua degradação é controlada por um processo engenhoso. A transcrição e a tradução estão de tal forma acopladas que, imediatamente após a síntese de um pequeno trecho de mRNA, os ribossomos já se ligam a este RNA nascente, protegendo-o da degradação pelas RNases bacterianas. O acoplamento da transcrição com a tradução é uma característica dos procariotos. Nos eucariotos o transcrito primário do DNA que dará origem a um mRNA é feito no núcleo, enquanto o mRNA e traduzido no citoplasma (recentemente um grupo de pesquisadores mostrou que pode haver tradução no núcleo! veja Iborra et al., Science 293:1139, 2001). A figura a seguir mostra o acoplamento da transcrição e da