Trabalhos
Há 100 anos, começava a grande aventura da imigração japonesa no Brasil. O navio Kasato Maru aportava em Santos às 9h30 do dia 18 de junho, trazendo 781 pessoas ansiosas por melhores perspectivas de vida; algo que sua pátria não podia oferecer naquele momento. O Japão sofria uma grave crise social, gerada pelas rápidas e intensas transformações de ordem política, econômica e cultural que o governo Meiji(1868 - 1912) promovia com seu projeto de abertura e modernização da nação. De um momento para outro, o país, que era essencialmente agrícola, passou a desenvolver vertiginosamente sua indústria, gerando o empobrecimento dos proprietários rurais. Grande parte da população, que vivia nas áreas rurais, migrou para as cidades em busca de trabalho, gerando um desequilíbrio demográfico e uma insuficiência de oferta de empregos. Dessa forma, foi imprescindível estimular a emigração para outros países. O Brasil só foi um dos destinos desses milhares de japoneses. Outros países já haviam recebido imigrantes muito antes de 1908. No entanto, é preciso dizer não foi uma acolhida casual, mas fruto de uma longa negociação nos bastidores da política internacional da época - mais detalhes no texto "Início da Imigração Japonesa". No Brasil, os primeiros imigrantes haviam partido de diversas províncias do Japão, sendo que a maioria era originária de Okinawa. Daqueles 781 pioneiros, 325 eram okinawanos. Aliás, esta província (localizada em um arquipélago) só foi incorporada ao Japão no final do século XIX, e por isso exibe uma cultura totalmente diferente do restante do Japão. Outro clima, outro dialeto, outros costumes religiosos, outra musicalidade, enfim... tudo em Okinawa é autêntico e (por coincidência) muito parecido com o Brasil. Os okinawanos ("uchinanchus"), que aqui ficaram, procuraram manter suas tradições peculiares e ajudaram a compor o caldeirão diverso do Brasil. Neste especial, conheceremos