Trabalhos
Técnica:
O trançado, originalmente, era feito a partir de um contato muito próximo com a natureza. Desde o simples ato de colher as fibras, respeitando sua lua e sua época correta de colheita, ao uso que era feito do trançado. No Brasil, existe uma grande variedade de fibras como ouricuri, embira, carnaúba, taquara, babaçu, bananeira, taboa, cipó, etc. Depois de colhidas, essas fibras passavam por um longo processo de tratamento, que era feito com cinzas, e a fibra era batida repetidamente. Hoje, o processo tornou-se diferente, bate-se a fibra no liquidificador e ferve-se com soda cáustica, o que facilita e agiliza o trabalho, mas que também provoca mudanças na maneira de encarar o fazer. Depois desse tratamento inicial, elas podem ou não ser tingidas, geralmente com corantes naturais que são normalmente encontrados na cor preta, vermelha e em vários amarelos. Hoje em dia, podemos utilizar corantes artificiais. Então a fibra agora está pronta para o trançado. Esse possui uma infinidade de técnicas e são usados para fazer os mais diversos tipos de objetos como chapéus, esteiras, espanadores, cestas de todas a espécie, redes, miniaturas, etc.
Origem e contextualização: No Brasil, o trançado surge em todas as tribos indígenas por sua acessibilidade e abundância de matéria prima. É uma área de grande importância histórica e cultural do nosso país. Ele assume formas que narram as lendas dos nossos mitos originais e contam a história das tribos indígenas. O ato de trançar uma fibra está profundamente ligado à trama do destino e à história dos homens. Quem faz o trançado está, de certa forma, criando uma história.
Para os índios, o fato do trançado estar intrinsecamente ligado à sua utilidade não diminui seu valor simbólico e narrativo. Para eles forma (beleza), utilidade e sacralidade estavam intrinsecamente ligados. O sublime estava muito ligado ao cotidiano. A arte e o artefato, em quase todas as épocas, foram a mesma coisa. A separação entre