Trabalhos
Ainda, o que dificulta o tratamento intersocial é pluralidade dos sistemas sociais existentes. Hoje numa mesma comunidade é possível verificar uma diversidade imensa de grupos culturais e indivíduos singulares interagindo e convivendo, porém para todos esses existe uma mesma regra, tal como definida pelo Estado.
O Estado como instituto nasceu visando regular o comportamento do homem, evitando assim, supostamente, o caos social. Isso decorre da natureza do ser humano por ser muito diversa e polêmica, mesmo para a maioria dos filósofos, cientistas sociais e estudiosos do comportamento humano.
Hobbes acredita que o homem no seu estado de natureza vive sob o prisma do medo. Tal sentimento subexiste dentro âmago animal do indivíduo, porquanto diante da escassez dos recursos naturais, o homem estaria na eminência do conflito, da guerra pela sobrevivência. O estado natural seria, portanto, regrado pelo instinto do medo da morte. Diz o autor, em umas de suas obras mais famosa, De Cive, “Todos são iguais no ‘medo recíproco’, na ameaça, que paira sobre a cabeça de cada um, da ‘morte violenta’. Os homens ‘igualam-se’ neste medo da morte." (Thomas Hobbes: De Cive, p. 27.).
Assim, as sociedades contemporâneas criaram as leis e o Estado, a fim de garantir a ordem social, evitando que o homem “devore” seu semelhante em busca da sobrevivência. Sem essa segurança o ser humano seria incapaz de prover sua própria vida, acarretando numa involução social e material. Nas palavras do próprio Hobbes, em O Leviatã:
"Portanto tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, o mesmo é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança