Trabalhos
http://www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.htm
Roland Barthes iniciou sua pesquisa sobre moda ao se deparar com a superficialidade contida nas historiografias do vestuário. Para ele a moda ia além da indumentária, era mais do que uma simples tendência imposta pela propaganda, mas demonstrava sim o reflexo de uma sociedade, um espelho comportamental vivido pelas pessoas em cada época e passível de mutação.
Sua pesquisa começa com os artigos para revistas como a Annales, intitulado “História e sociologia do vestuário: algumas observações metodológicas”, onde cita a história da indumentária, da bibliografia, as lacunas e seus impasses. Nesse texto, ele apresenta as primeiras hipóteses e se aproxima do Estruturalismo, promessa de renovação, vitalidade e uma nova percepção de mundo que a França vivia após as sequelas da 2ª Grande Guerra. A partir daí, Barthes começa a pensar na moda como um “fato social total”.
Em “Linguagem e vestuário (1959)”, Roland escreve sobre a moda como “um fato completo em cujo estudo se recorre ao mesmo tempo à história, à economia, à tecnologia, podendo até ser uma lingüística” (Barthes[1959].2005,p282). Nesse artigo, ele reafirma a pobreza da bibliografia da moda, dizendo que as reflexões mais instigantes sobre o tema foram de escritores e filósofos como Jules Michelet e Honoré de Balzac, porque, ao falarem de moda, eles já estavam “libertos do mito da futilidade”. Até então o máximo descrito por historiadores era a relação do vestuário com as classes sociais, sexo, idade, como o “Costumes grotesques” de Larmessin, (século XVIII), que ligava o vestuário à profissão, unindo o trabalhador ao seu instrumento, como por exemplo, “formas lisas para o confeiteiro e redondas e bojudas para o oleiro” (p.284).
Com o romantismo, surge um novo contexto na pesquisa de moda, baseado no teatro e na caracterização dos personagens, feito por pintores e desenhistas