trabalhos
Alfabetização: Teoria e Prática
"a maioria dos professores investigadores observam que é seu próprio comportamento como investigadores, estudiosos, indagadores e escritores o que realmente ensina o aluno como aprender".
(MOHR e MACHEAN - 1987, p. 52)
É possível perceber, nas entrelinhas das questões formuladas pelos professores, uma grande preocupação com o fazer da sala de aula, com o como trabalhar a teoria para poder refazer o fazer cotidiano, dando conta, ao mesmo tempo, dos alunos e das questões que cada professor tem em relação ao construtivismo. Isto se justifica na medida em que o professor efetivamente tem problemas reais, pois ele está ali com quarenta alunos, comprometido politicamente com eles, em função do papel social básico da Escola: fazer com que as crianças aprendam o que nela foram buscar. Mais especificamente: que as crianças se alfabetizem naquele sentido de penetrar no pensamento letrado, de ser um indivíduo letrado.
Acredito que estas questões constituem uma preocupação compartilhada por todos nós, professores e educadores.
Nessa perspectiva, o diálogo entre estudiosos do construtivismo, cujas idéias, embora tendo um eixo comum, apresentam matizes que as distinguem, talvez ajude a nossa reflexão sobre as suas possíveis contribuições para alterar algumas das relações que se estabelecem na prática pedagógica.
O que é construtivismo? É uma corrente da Psicologia, da Filosofia ou da Pedagogia? O que representa, em termos do enfrentamento das tarefas cotidianas, a opção entre FERREIRO e LURIA, ou entre
PIAGET e VYGOTSKY?
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Mestra e Doutoranda em Psicologia da Educação pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP, Técnica da FDE.
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Alguns termos, como "construtivismo", "socioconstrutivismo", abordagem "sócio-histórica",
"sociointeracionismo" etc., sem a reflexão e o aprofundamento das teorias que embasam as diferentes correntes do pensamento, acabam virando rótulos.