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“Não podemos mais pensar a democracia brasileira sem levar em consideração a participação e presença desses grupos na política partidária nacional, nas alianças e barganhas que fazem com candidatos, partidos e governantes”, afirma o sociólogo Ricardo Mariano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Mariano participou de uma mesa-redonda sobre o assunto no 34º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que aconteceu na semana passada em Caxambu (MG).
O eleitorado pentecostal sem dúvida teve importância no número inesperado de votos recebidos por Marina Silva no primeiro turno das eleições
Para o sociólogo, o eleitorado pentecostal sem dúvida teve importância no número inesperado de votos que a candidata pelo PV Marina Silva teve no primeiro turno das eleições presidenciais, embora, segundo o Datafolha, apenas 1% dos eleitores tenha respondido que a religião teve influência no seu voto.
No segundo turno, entretanto, Mariano diz-se surpreendido pelo fato de os pentecostais apoiarem mais o candidato José Serra (PSDB) do que Dilma Rousseff (PT), de acordo com pesquisas eleitorais. “O perfil socioeconômico desse grupo religioso – que tem escolaridade mais baixa que a média brasileira – indica tendência a votar mais na candidata Dilma”, defende.
Isso significaria, para o sociólogo, que há motivos religiosos levados em consideração por parte do eleitorado pentecostal, o que faz com que este apoie mais o Serra do que a Dilma. Entre esses motivos, estaria certa insatisfação com o governo Lula, por conta de