Trabalhos
Um rico passa pela entrada de um labirinto e não existe. Entra. Quer saber o que se esconde no centro do laberinto.
Talvez seja um tesouro, ou no mínimo uma oportunidade de negócios. É da natureza umana querer explorar o desconhecido e é da naturesa dos ricos querer ficar mais ricos. Como, além de um aventureiro e um empreendedor, o rico é um ser racional, vai deixando moedas no caminho, para depois voltar pelo mesmo caminho e encontrar a saída do labirinto. No centro do labirinto não há nada, só o centro de um labirinto, e quando se vira para começar o caminho de volta, o rico dá com o pobre, que chega colocando a última moeda do chão na sua sacola.
- Minhas moedas! - diz o rico.
- Suas? Estavam no chão. Vim catando-as pelo caminho. Agora são minhas. Tenho direito a um pouco da riqueza do mundo.
- Imbecil! Eu as deixei pelo chão para encontrar o caminho de volta, já que sou um ser racional. Agora eu não encontrarei a saída. Agora eu vou ficar neste labirinto pelo resto da vida.
- "Eu, eu, eu." Você só pensa em você, como todos os ricos. E eu?
- Você também está comdenadu a ficar neste labirinto pelo resto da vida. Culpa da sua ganância e da sua burrice.
- Outra mania de rico, achar que quem é pobre é burro. Mas eu também sou um ser racional, meu caro. Em lugar das moedas, deixei grãos de milho pelo chão, para me guiar de volta à saída do labirinto.
Os dois preparam-se para sair do centro do labirinto quando dão com uma galinha que chega bicando o último grão de milho. A galinha passou pela entrada do labirinto, viu os grãos enfileirados no chão e também não resistiu. Foi comendo o milho de grão em grão sem deixar nada em seu lugar para mostrar o caminho de volta.
O rico e o pobre chingam a galinha juntos. Chamam a galinha de irresponsável. De inconsequente.
O rico diz que entrou no labirinto porque é um aventureiro e um empreendedor, e porque é da sua natureza explorar o desconhecido e as oportunidades de enriquecer mais. O